terça-feira, 24 de julho de 2012

Maravida




"Quero meu peito repleto
de tudo que eu possa abraçar"
Gonzaguinha

O que antes me faria fugir, me fez de corpo inteiro no meio. Na beira não finquei. Quis ser por dentro. Ao centro me seduzir. Ao mar me enlaçar. 
A força brota da ausência do medo. Da convicção que só há ganhos quando o caminho é sentir. 
E estar a qualquer distância não assusta. 
Na vontade de tudo querer abraçar, desmedido é o ser. Coração pulsa e quer ser inteiro. No certo ou incerto: ser inteiro coração. Encontrar o que me encontrar. 
Cansaço de tentar enquadrar tudo quietinho no sempre igual. Nos bons medos de sempre; nas cautelas que amarram entregas, que afastam essências. 
Cansaço de procurar anunciações das dores e felicidades. Anunciadas ou não, elas sempre chegam. Tentar controlar é matar o prazer do embalo e se consolar na ilusão.
Cansaço de qualquer tentativa de precisão. Da exatidão do pé ponta de pé até o outro lado sem nada revelar. 
Deixa livre pra ser grande. Deixa tudo sem tempo, sem linhas, horizonte, arestas.
Deixa crescer no infinito. 
Quero só a paz de nada medir.
E de uma música faço reza pra abençoar o caminho - que seja sempre só amor. 
Tomara.


"Caminho se conhece andando" 
Chico César

4 comentários:

Sol disse...

Que esse de repente chegue a mim... =)

Obg pela visita tbm, moça.

Aline Ramalho disse...

Nada de passado, nem de futuro, só de presente. E uma reza mais que justa: desejar amor.

Beijos, lindeza!

Jaya Magalhães disse...

Tomara, Lorena.

Minha meta atual é essa: deixar livre para ser grande. Crescer no infinito. Que nada caiba em métricas.

Isso bem podia ser um mantra, essa tua escrita de hoje.

Levo comigo.

Beijão.

João Romova disse...

Somos nossas fronteiras. Mas a travessia delas é a nossa história.