segunda-feira, 14 de maio de 2012


"Olhou o mar
A imensidão
Mas não desanimou"

Queria saber quando foi que tudo ficou tão distante assim.
Não sei se foi muito silêncio. Muito ir sem ter que voltar. Muito olhar sem rumo. Muita falta de prumo. Muitas incertezas como abrigo. Muito contentamento desacompanhado.
Um. Único. Mão única.
Talvez seja por isso que hoje, quando vejo uma pontinha de porto, me sinto mareada.
Também não sei se foi por já ter visto Anabelas partindo que fiz de uns tantos ventos meu cais.
Só sei que não foi em terra que escapei dos meus naufrágios.
E hoje, enquanto procuro teus sinais, cesso a suspeita:
Fui longe demais.

Às vezes é tão difícil ser dois.
"Fez seu lar 
Seu ninho lá 
Sozinho ao léu 
No chão do céu
...
Deu ao mar
O que é do mar
O dom de errar
O deus dará
"

Dante Ozzetti / Luiz Tatit

2 comentários:

Jaya Magalhães disse...

É bastante difícil ser dois, Lorena. Mas é essencial. Essa tentativa de singularizar o que é plural, que todos fazemos, não é saudável.

Um beijo e obrigada pela visita, tá? Vem sempre.

Sol disse...

Linda tua casa!

Não é fácil ser dois mesmo, principalmente quando esse dois na verdade é o desejo de ser um...

beijo!